segunda-feira, 11 de julho de 2016

2 de julho



2 de julho
Ruy Medeiros
        Em Pastoral de 26 de junho de 1830, o arcebispo da Bahia, Dom Romualdo Antonio de Seixas instituiu um dia santo (feriado) para que a data da Independência da Bahia fosse comemorada. O feriado baiano nasce como dia santo dedicado à vitória, em julho de 1823, dos baianos contra as forças do Brigadeiro Ignacio Luiz Madeira de Mello, que resistiu contra a Proclamação da Independência.
Várias cidades sertanejas comoravam o 2 de julho (Caetité ainda o comemora), inclusive Conquista.
Embora a luta pela Independência do Brasil na Bahia tenha sido frequentemente apresentada como luta da oligarquia do Recôncavo Baiano, muitos sertanejos dela participaram. E muita gente do povo o fez com entusiasmo e valentia.
De Santana do Príncipe de Caitité (hoje Caetité) saíram forças para o combate (O major Jozé Antonio da Silva Castro, o Piriquitão, era de Caitité e chefiava batalhão com sertanejos). Rio de Contas igualmente contribuiu para os combates, dentre os quais aqueles que em nota de sua epopeia “Paraguassu”, Ladislau dos Santos Titara informa: Em 7 de março de 1823 chegaram estes 37 cidadãos da dita Villa do Rio de Contas, fardados, e completamente vestidos d’algodão, allí tecido: não tinham entre si a menor distinção, signal de que não ambicionavam postos, e sim prestar-se heroicamente à Liberdade. Infelizmente ignoramos os seos nomes beneméritos. Esses não foram os únicos de Rio de Contas.
Do Distrito da Vitória (hoje Município de Vitória da Conquista), seguiram homens, carros de boi carregados de salitre (extraído em Brejo Grande) e bois. Ali aqueles homens lutaram e estão dentre os que na ponta final do cortejo militar do Exército Libertador, que entrou em Salvador, encontravam-se andrajosos, cansados, desgrenhados e famintos.
Titara indica a participação na Batalha de Pirajá de dois filhos do fundador de Vitória da Conquista: Antonio Dias de Miranda (E que de longe trouxe o fiel Miranda), anotando em pé de página de uma estrofe de sua epopeia (Paraguassu): O capitão da Conquista Antonio Dias de Miranda. O outro é Raymundo (eis que observou-se Raimundo/com falange, que caudilha,/aos baianos apoio), anotando que se refere ao Major da Conquista Raymundo Glz’ da Costa.
Conquista esteve lá!
(Para Dilson Ribeiro, Ubirajara Brito, Paulo Márcio Cardoso e Marcelo Flores).

A Conquistense do Araguaia

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