Manifesto
pela dignidade da Educação Pública
Quem
cala consente, diz-se. Quem cala tem medo, também se diz. No entanto
é tempo de falar alto e em conjunto com outros. Não é tempo de
consentir nem de amedrontar-se.
Trata-se
de falar em favor da educação pública e do temor de que a
destruam.
A
educação pública vem perdendo espaço, deixando de ser
efetivamente um direito social, perdendo qualidade e distanciando-se
da vida e dos interesses de seus destinatários. Não se sabe mais
qual o referencial da educação pública e a que esta se destina.
Sucessivos
governos, apesar das promessas constitucionais e de planos de
educação, desconhecem que devem ouvir a comunidade, observar a vida
concreta dos estudantes e futuros estudantes e não cortar os sonhos.
Após
longo curso de experiências ineficazes e sem projeto sólido e
extensivo de educação realmente democrática e de qualidade,
governos apontam crescimento de investimentos em educação,
incluindo aí, dinheiro direcionado para o comércio educacional. Mas
não explicam porque ainda há tantas pessoas totalmente analfabetas
ou porque cresce o número de analfabetos funcionais, nem porque a
educação direito social, está perdendo espaço para a educação
comércio.
Não
há política a médio e a longo prazo para os agentes da educação:
professores, técnicos, diretores, orientadores, etc. Tudo se
improvisa e se improvisa mal.
A
cada depreciação dos salários surge inevitavelmente o confronto –
greves, protestos, ocupações. E estranhamente isso é tratado com
ações direcionadas contra os professores e não a favor da
educação.
A
educação pública é direito que prepara o futuro; a educação
pública e seus agentes deve ser tratada com dignidade; a educação
pública não merece esse triste espetáculo de corte de salários
dos professores e de desqualificação.
A
educação pública merece ser respeitada e defendida.
Por
isso tudo, as pessoas que subscrevem este manifesto convidam a
comunidade para falar, não amedrontar-se, não acovarda-se e
sobretudo para a atividade de pensar sobre aquilo que está ocorrendo
e para defender a educação pública.
Reuniões serão realizadas nos bairros e este manifesto
está aberto a adesões. Pode ser, assim, amplamente divulgado e
assinado por todos que o apóiem.
V. Conquista, Bahia, 01 de agosto de 2012
Ruy H. A. Medeiros