terça-feira, 31 de julho de 2012


 Manifesto pela dignidade da Educação Pública


Quem cala consente, diz-se. Quem cala tem medo, também se diz. No entanto é tempo de falar alto e em conjunto com outros. Não é tempo de consentir nem de amedrontar-se.
Trata-se de falar em favor da educação pública e do temor de que a destruam.
A educação pública vem perdendo espaço, deixando de ser efetivamente um direito social, perdendo qualidade e distanciando-se da vida e dos interesses de seus destinatários. Não se sabe mais qual o referencial da educação pública e a que esta se destina.
Sucessivos governos, apesar das promessas constitucionais e de planos de educação, desconhecem que devem ouvir a comunidade, observar a vida concreta dos estudantes e futuros estudantes e não cortar os sonhos.
Após longo curso de experiências ineficazes e sem projeto sólido e extensivo de educação realmente democrática e de qualidade, governos apontam crescimento de investimentos em educação, incluindo aí, dinheiro direcionado para o comércio educacional. Mas não explicam porque ainda há tantas pessoas totalmente analfabetas ou porque cresce o número de analfabetos funcionais, nem porque a educação direito social, está perdendo espaço para a educação comércio.
Não há política a médio e a longo prazo para os agentes da educação: professores, técnicos, diretores, orientadores, etc. Tudo se improvisa e se improvisa mal.
A cada depreciação dos salários surge inevitavelmente o confronto – greves, protestos, ocupações. E estranhamente isso é tratado com ações direcionadas contra os professores e não a favor da educação.
A educação pública é direito que prepara o futuro; a educação pública e seus agentes deve ser tratada com dignidade; a educação pública não merece esse triste espetáculo de corte de salários dos professores e de desqualificação.
A educação pública merece ser respeitada e defendida.
Por isso tudo, as pessoas que subscrevem este manifesto convidam a comunidade para falar, não amedrontar-se, não acovarda-se e sobretudo para a atividade de pensar sobre aquilo que está ocorrendo e para defender a educação pública.
Reuniões serão realizadas nos bairros e este manifesto está aberto a adesões. Pode ser, assim, amplamente divulgado e assinado por todos que o apóiem.
V. Conquista, Bahia, 01 de agosto de 2012
Ruy H. A. Medeiros



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