foto:blitz.conquista
Ruy Medeiros
Vejo,
nas ruas de Vitória da Conquista, em plena crise de abastecimento de
combustíveis, “cavalinhos”, caminhões, carros de passeio e motocicletas, em
longas e repetidas carreatas, a pedir intervenção militar. O combustível que
falta às pessoas, ao serviço público, à manutenção da saúde, aos profissionais
em geral, inclusive taxistas, sobra para aqueles que pedem intervenção militar.
Onde, com que privilégio, obtêm o combustível que falta para todos? Isso é
muito estranho.
Que
querem esses senhores? Intervenção militar não é outra coisa senão o
estabelecimento da ditadura, regime que circula entre a crueldade e a covardia.
É a politica de desconfiança e perseguição contra as pessoas, as opiniões, as
artes, a liberdade de expressão e de reunião, dentre outros tantos direitos que
os ditadores suprimem. Esses senhores não apresentam nenhum projeto para o
país, a não ser a repressão contra manifestações sociais justas e políticas
públicas de proteção social. Têm ódio à liberdade de opinião, de expressão, de
criação artística, de pluralismo partidário.
Os
ditadores prendem adversários e sobre esses, presos e indefesos, agem
covardemente torturando-os, matando-os ou fazendo-os desaparecer. Depois, ainda
covardemente, escondem seus atos, negam o que fizeram e providenciam, quando
está iminente o fim de seu ciclo, uma lei de anistia para protegê-los. Audazes
e arrotando coragem assumem o poder, mas covardemente não assumem
responsabilidade por seus atos.
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