Ruy
Medeiros
A
Deputada esperava, como informou, que o Presidente da República, lhe
tratasse, no mínimo com educação e que não a destituísse da
liderança do governo pela imprensa. Ingenuidade, Deputada Joice
Hasselmann?
Ah,
Deputada, a senhora fez campanha para o atual Presidente, apoiou-o,
aceitou ser sua líder na Câmara dos Deputados. A senhora, conhecida
e bem informada jornalista, sabia plenamente o teor das manifestações
homofóbicas, sexistas, racistas, preconceituosas e de apoio à
ditadura militar externadas pelo seu ídolo?
Depois,
dando o troco à destituição, a senhora promoveu um nada edificante
bate-boca com o filho de seu (ex?) líder e, dentre outras coisas,
afirmou-lhe que todas as pessoas já estão sabendo quem eles
(Bolsonaros e amigos) são. Mas a Deputada também sabia?
A
senhora não é assim ingênua, Deputada. Sempre a senhora soube isso
mais “que todas a pessoas”. Era da linha de frente da campanha.
Surfava na crista da maré montante. Defendia os slogans (não se
pode falar em propostas ou planos de governo) do capitão candidato.
Agora
a deputada vive as consequências de pertencer e atuar num partido
que não passa de um bando reunido a toque de corneta militarmente e
de ser (ex) líder de um governo já desacreditado. Seu partido (?)
está em frangalhos.
A
Deputada fez coro com o uso de moral como arma política, sem
propostas outras que não minguados slogans.
Resta-lhe
desembarcar do governo: o uso político da moral já não serve
depois que ficaram visíveis o empréstimo de Fabrício Queiroz
(assessor do outro Flávio) à esposa do candidato endeusado pela
senhora, as rachadinhas de Flávio Bolsonaro em relação a dinheiro
de seus assessores parlamentares, e seus negócios imobiliários, as
candidaturas laranjas do PSL, cujos recursos foram drenados em prol
de candidatos que fizeram a campanha do candidato Jair Bolsonaro.
Está
igualmente desmoronando o modelo de julgar adversários pelo que eles
são e não pelo que fizeram; os prometidos frutos da política
econômica não passam de maior exclusão dos pobres; o Presidente
não goza de respeito de chefes de outras nações.
A
senhora salta do barco. Sente que cada vez mais Bolsonaro se parece
com não presidente.
O
difícil, Deputada, é transformar o bando dilacerado (PSL) em
partido. Seu programa resumiu-se ao nome de Bolsonaro. E não é
apenas “eles”, como a senhora disse referindo-se ao Presidente e
família, é também o partido que “já é conhecido de todos”:
sabe-se hoje como foram eleitos seus candidatos.
A
senhora nos últimos dias vem-se declarando combatente contra fake
news e grita a plenos pulmões que está sendo vítima deles,
indignada, ferida. Dói muito, não é, Deputada? Deve ter doído
profundamente em seus adversários aquela campanha baseada em Fake
News feita contra eles. Nesta sua nova face, aproveite para
desmenti-los.
Ad
ingenium redes? (voltas à tua esperteza?)
Nenhum comentário:
Postar um comentário