Ruy
Medeiros
Um
sorveteiro, em Vitória da Conquista, expressou desejar que mulheres
fossem estupradas por pessoas recentemente saídas da prisão em
decorrência de decisão do STF que repôs a interpretação
tradicional do enunciado constitucional que reconhece a presunção
de não culpabilidade de qualquer pessoa enquanto não houver
trânsito em julgado da sentença condenatória.
“Tomara
que...” disse ele.
Nada
deve ser mais livre que pensar e expressar aquilo que se pensa. Mas
igualmente não há responsabilidade maior que o fazer. O discurso do
ódio veicula crime, tais como calúnia, difamação, injúria,
apologia do crime, etc.
Estupro
é crime, deve o sorveteiro saber disso. Esse crime não atinge
apenas o corpo. Ele lesiona a mente. É homicídio sem cadáver, já
se disse dele.
Rennie
Yotova diz:
O
Estupro é um homicídio sem cadáver.
A
vítima continua viva, mal algo dentro dela
ficou
irremediavelmente destruído, pois o
estupro
é um atentado não apenas à feminilidade,
mas
também à maternidade.
A
irracionalidade a que um grupo, hoje no poder, tem conduzido a luta
política tem-se espraiado por todos os setores e ele próprio a
alimenta continuamente como condição de dopar a consciência de
seus apoiadores e mantê-los unidos como privilegiado ponto de apoio.
É como organizar um S.A. (grupo de assalto) contra a inteligência
na sociedade brasileira: um grupo de assalto encarregado de raptar o
espírito das pessoas e sujeitá-lo para que aceite manobras e
reformas desumanizantes a serviço do capital. Tudo de forma tosca,
como ex-lider do governo no parlamento disse e vem repetindo, sem
fazer sua própria “mea culpa”.
Tudo
ocorre como se fosse normal destruir vidas e destinos e produzir
cadáveres com ou sem corpos.
Quando
li o texto do sorveteiro, asco e revolta penetraram minha
consciência. É texto doentio.
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