VITÓRIA
DA CONQUISTA
NÚCLEO
URBANO INICIAL
Arraial da
Conquista, Distrito da Vitória, integrante de Caitité, teve início por volta de
1780 (ou pouco antes, não se sabe), com um arruado de casas no sítio que seria
chamado sucessivamente de Rua Grande, Praça da República e Praça Tancredo
Neves.
A localização
do “arruado” foi direcionada pelo “Córrego da Vitória”, ou
“Córrego do Poço Escuro” (rio Verruga). As casas acompanharam as margens
do Verruga, a partir de um ponto das imediações da atual praça Virgílio Ferraz
até proximidade do prédio do Baneb ( rua Maximiliano Fernandes). O poder
público teve o cuidado de deixar espaços para ruas que dessem acesso ao rio,
porisso existem as ruas travessas que seriam chamadas posteriormente de rua do
Lisboa e rua Ramiro Santos. O rio Verruga foi o primeiro direcionador. As casas
foram construídas às margens do córrego e depois houve adensamento.
Nas margens do
rio surgiram a rua Grande (Praças Tancredo Neves e Barão do Rio Branco, rua da
Várzea (rua 2 de Julho atual), rua das Flores (rua Góes Calmon atual), Beco da
Sabina (rua Moderato Cardoso). A rua da Várzea não só seguia o rio, mas era ponto de saída do
arraial para a estrada de Minas.
É bom assinalar
que a rua Grande ocupava áreas das atuais praças Tancredo Neves e Barão do Rio
Branco e das ruas Zeferino Correia e Maximiliano Fernandes. Em década de 40,
quando prefeito interventor, Régis Pacheco resolveu adensar mais o centro e
criou um “miolo” entre as duas praças
atuais, fazendo surgir a configuração espacial de hoje.
De início o rio
direcionou o arraial.
À medida do
crescimento “urbano”, que se dá seguindo o rio e por adensamento da
rua Grande, cujo lado fronteiro às margens crescia igualmente, forma-se a grande praça da República
(Praça Tancredo Neves, Barão do Rio Branco, Praça dos Caixeiros Viajantes, ruas
Zeferino Correia e Maximiliano Fernandes). Mas há população no entorno
(nas “Fazendas”) e o arraial articula-se
com as principais fazendas e tem de articular-se com os caminhos para Minas do
Rio de Contas e para Minas Gerais. As estradas passam a direcionar o
crescimento do núcleo urbano. A rua 10 de Novembro ( rua dos Tocos, atual rua
Sifredo Pedral) era caminho para o São Berna rdo;
a rua da Várzea ( 2 de julho ) seguia o
rio e era caminho para seguir a estrada de Minas Gerais), a rua dos Campinhos (
hoje Fernando Spínola, continuada pela rua Nicanor Ferreira) era caminho para a
Fazenda Campinhos, a rua Dr. San Juan
(início da atual rua Siqueira Campos) era o caminho para ir à fazenda
Muranga, a estrada do Cruzeiro (hoje
avenida Antonio Nascimento), além de ter função religiosa (no topo da mesma, já
na Serra do periperi erguia-se Cruzeiro de Madeira, depois substituído por
Cruzeiro de cimento em local um pouco abaixo do Cruzeiro velho) também era
caminho trilhado alternativamente para a fazenda Choça (não se trata de Barra
do Choça) e em parte a “Batalha”. A rua da Corrente nasce no traçado da antiga
estrada de rodagem para Jequié (década de 20). De início do século é a imensa
praça Sá Barreto. A rua João Pessoa era a estrada das boiadas.
O parcelamento
do solo ocorre de duas maneiras, adensando o núcleo central: a) divisão de
Glebas as margens do córrego e às margens dos Caminhos; b) divisão de Glebas em espaços defrontes as
casas que surgem às margens de Caminhos e do rio; c) Traçados perpendiculares
aos caminhos e ao rio.
O centro vai-se
adensando, inclusive com ruas de fundo (rua São Vicente, atual trecho inicial
da rua Coronel Gugé), ou travessas ( rua travessa Coronel Roseira, ou rua
Elpídio Flores), Beco da Tesoura (travessa Lima Guerra atual), etc.
Toda a área
urbana ( quase toda ainda hoje) era terreno pertencente a Nossa Senhora da
Vitória, por força de doação feita em 1815 por João Gonçalves da Costa.
A Igreja e o poder público fixaram
alinhamentos iniciais onde poderiam surgir ruas e becos. Depois Glebas maiores
foram dadas em enfiteuse (aforamento)
pela Igreja a determinadas pessoas que, com o correr do tempo fizeram
parcelamento da Gleba em lotes urbanos.
A partir de
1940, sobretudo, ocorre impulso de expansão do centro e assim novos espaços
surgem com alguns arruamentos preconizados pela
Prefeitura, que abriu “estradas”
em área não urbanizadas até então.
A pequena
fazenda “Recreio” foi loteada em razão
do adensamento do solo. Traçado Municipal abrira área para onde já se
deslocavam pessoas desde antes com suas construções de casas de morada. Surgiu
a parte baixa da Rua Nova (Otávio Santos) e a Nova Rua é
rasgada para a parte alta (Avenida São Geraldo). Ao tempo o “Alto Maron”
já crescia, o Guarani Surgia por parcelamento em vista do
adensamento central, assim como o Alto de São João (parte do Alto Maron) e depois, na década de
50, o “Bairro de Olavo” (parte do
Guarani), etc.
Equipamentos
públicos e respectivos edifícios surgem
dinamizando o centro, assim como rede bancária, especialmente a partir da
segunda metade da década de 40 em diante.
A partir dos
anos sessenta, a parte residencial do centro vai dando lugar ao setor de
comércio/serviços, mesmo áreas mais afastadas do sítio da antiga rua Grande. Na
década de 80, mesmo a rua Siqueira Campos muda de vocação rapidamente e hoje é
quase toda espaço comercial (mudança tão
repentina só é comparável ao que hoje acontece com trecho da Avenida Olívia
Flores, hoje).
O comércio nas
áreas próximas segue duas “lógicas”:
proximidade do setor de banco, de edifícios públicos e o adensamento
populacional acrescido com o surgimento de edifícios residenciais no Bairro
Candeias, além de maior parcelamento aí ocorrido, com casas construídas por
pessoas de melhor renda.
E o restante. O
restante já é hoje.
Este é um
esboço simples, feito em pouco menos de uma hora.
Ruy Medeiros.
Vitória da Conquista, 10 de junho de 1998.
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