2 de julho
Ruy Medeiros
Em Pastoral de 26 de junho de 1830, o
arcebispo da Bahia, Dom Romualdo Antonio de Seixas instituiu um dia santo (feriado) para que a data da Independência da Bahia fosse comemorada.
O feriado baiano nasce como dia santo
dedicado à vitória, em julho de 1823, dos baianos contra as forças do
Brigadeiro Ignacio Luiz Madeira de Mello, que resistiu contra a Proclamação da Independência.
Várias
cidades sertanejas comoravam o 2 de julho (Caetité ainda o comemora), inclusive
Conquista.
Embora
a luta pela Independência do Brasil na Bahia tenha sido frequentemente
apresentada como luta da oligarquia do Recôncavo Baiano, muitos sertanejos dela
participaram. E muita gente do povo o fez com entusiasmo e valentia.
De
Santana do Príncipe de Caitité (hoje Caetité) saíram forças para o combate (O
major Jozé Antonio da Silva Castro, o Piriquitão, era de Caitité e chefiava
batalhão com sertanejos). Rio de Contas igualmente contribuiu para os combates,
dentre os quais aqueles que em nota de sua epopeia “Paraguassu”, Ladislau dos
Santos Titara informa: Em 7 de março de
1823 chegaram estes 37 cidadãos da dita Villa do Rio de Contas, fardados, e
completamente vestidos d’algodão, allí tecido: não tinham entre si a menor
distinção, signal de que não ambicionavam postos, e sim prestar-se heroicamente
à Liberdade. Infelizmente ignoramos os seos nomes beneméritos. Esses não
foram os únicos de Rio de Contas.
Do
Distrito da Vitória (hoje Município de Vitória da Conquista), seguiram homens,
carros de boi carregados de salitre (extraído em Brejo Grande) e bois. Ali
aqueles homens lutaram e estão dentre os que na ponta final do cortejo militar
do Exército Libertador, que entrou em
Salvador, encontravam-se andrajosos, cansados, desgrenhados e famintos.
Titara
indica a participação na Batalha de Pirajá de dois filhos do fundador de
Vitória da Conquista: Antonio Dias de Miranda (E que de longe trouxe o fiel Miranda), anotando em pé de página de
uma estrofe de sua epopeia (Paraguassu): O
capitão da Conquista Antonio Dias de Miranda. O outro é Raymundo (eis que observou-se Raimundo/com falange,
que caudilha,/aos baianos apoio), anotando que se refere ao Major da Conquista
Raymundo Glz’ da Costa.
Conquista
esteve lá!
(Para Dilson Ribeiro, Ubirajara Brito, Paulo Márcio Cardoso
e Marcelo Flores).
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