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Greve e as Necessidades do Momento (digitado, 10/2003)
2. Mas é um momento também difícil para os professores. Seus
salários são aviltados e seu trabalho em condições difíceis torna-se cada vez
mais penoso e mais frustrante. Há, cada vez mais acentuada, a falta de
representatividade de sua instituição de classe – A ADUSB. Esta, saída de um
momento de total colaboração com a anterior administração da UESB, sem sequer
olhar criticamente os descaminhos, resolveu ficar na quietude da omissão e das
pequenas assembléias burocráticas. Agora, como que saída de um sono estranho,
resolve dizer-se atuante e propõe a
greve. Faz isso sem chamar a todos para o grande debate necessário à retomada
do movimento docente e da discussão
sobre a Universidade. Atua verticalmente. Teme o debate e por isso agride os
que divergem e que procuram caminhos para a retomada do crescimento.
3. Recentemente, num contexto eleitoreiro, o Sr. Paulo Souto
anunciou a criação dos Cursos de Medicina e de Odontologia na UESB. Não ouviu
previamente a própria UESB, omitiu-se quanto à presente impossibilidade de a
UESB manter seus atuais cursos, não disse com que recursos e em que espaços
pretende manter os novos cursos, e sua bancada na Assembléia é totalmente
inimiga do ensino público superior. No entanto, em clima emocional, sem
discussões mais sérias, o CONSU aprovou os cursos. Que fará quando não houver
professores e recursos?
4. É necessário uma greve construída sistematicamente, que envolva
toda a comunidade acadêmica e que deixe visível para todo o Estado da Bahia e
para todo o País como o Sr. Paulo Souto
e seu Grupo Carlista tratam a educação na Bahia, isto é, o tratamento
humilhante a professores, servidores e alunos, o desrespeito às instâncias
universitárias, o não custeio de serviços e materiais básicos para
desenvolvimento das atividades universitárias, o eleitoralismo no trato de
questão séria, os salários miseráveis.
Vitória da Conquista, Bahia, 21 de outubro de 2003.
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