PARA CONHECER
A HISTÓRIA DE VITÓRIA DA CONQUISTA
10th/jan/2009 . 10:51 pm
Ruy Medeiros
Em o número 5 deste semanário, foram arroladas algumas fontes primárias
cujo conhecimento é importante para o estudo da História de Conquista. O
presente ensaio apresenta algumas “fontes secundárias” julgadas de vital
importância para todos aqueles que pretendem pesquisar a História Conquistense.
São apresentadas, portanto, a seguir, indicações bibliográficas sobre
período da história municipal, abrangendo a fundação do Arraial da Conquista
até fins do século XIX.
1. VIEIRA DE AGUIAR, Cel. DURVAL -
“Descripções Práticas da província da Bahia”, publicação oficial,
Salvador, 1888.
O livro de Durval Vieira de Aguiar dedica 26 páginas à Imperial Villa da
Victória. Conta a história da Vila, destacando a luta dos índios contra os
colonizadores, descreve o núcleo urbano da época (1888), fala do ensino, das
finanças, da economia, das estradas, da população, da topografia do município e
arrola as riquezas minerais e vegetais deste.
A Biblioteca Central do Estado, em sua seção de Documentação Baiana
possui exemplar deste precioso livro. Também o possui a biblioteca do Instituto
Histórico e Geográfico da Bahia.
Sobre o autor, há pequena referência no estudo “Notícia Histórica da
Vila de Baixa Grande”, de autoria de Deolindo Amorim: “Em 1888 era Presidente
da província da Bahia o Conselheiro José Luiz de Almeida Couto, já pela 2a.
vez, tendo o seu governo tomado o maior interesse pelo estudo topográfico e
histórico das municipalidades da província. Foi incumbido de fazer este estudo
e reunir os seus dados em trabalhos oficiais o Cel. Durval Vieira de Aguiar,
comandante do Corpo Policial da província, homem estudioso e de muito valor
pessoal. É justo recordar que o cel. Durval foi, neste alto posto de comando,
uma das figuras principais na Bahia por ocasião da proclamação da república, ao
lado do grande republicano Cons. Virgílio Damásio. Mas a preferência do governo
provincial obedeceu ainda a uma circunstância importante para o assunto. Sendo
o Cel. Durval oficial de Polícia, teve ocasião de percorrer as diversas regiões
do interior baiano, ora comandando destacamentos, ora como oficial subalterno,
e até mesmo capitão, observou bem, fazendo valiosos relatos de várias cidades e
vilas da província. Era um perfeito conhecedor do território baiano”.
2. MAXIMILIANO,
Príncipe de Wied Neuwied – “Viagem ao Brasil”.
Os capítulos VI e VII (Viagem das fronteiras de Minas gerais ao Arraial
de Conquista e Viagem de Conquista à capital da Bahia e estadia nessa cidade)
do tomo II oferecem subsídios inestimáveis para o historiador. Seu conhecimento
é direto, pois foi colhido no local, tendo, inclusive, mantido contato com João
Gonçalves da Costa ( “era um velho de oitenta e seis anos, ainda ativo e
robusto; vencia em vivacidade muita gente moça”). Maximiliano é minucioso em
suas observações. Tanto faz o registro histórico e econômico como nos descreve
as espécimes animais e vegetais da região. A ele se deve uma das mais antigas
descrições do povoado.
Maximiliano von Wied Neuwied, discípulo de Goettinggen, chegou ao Brasil
com o pseudônimo de Max von Braunsberg e realizou, nos anos de 1815 a 1817,
suas explorações acompanhado dos naturalistas Freyreiss e Selow. Seu livro
Reise nach Brasilien teve duas edições simultâneas, ambas em dois tomos,
datados de 1820 e 1821. Ainda em vida do autor o livro foi traduzido em diversos
idiomas. A única edição portuguesa, com o título de “Viagem ao Brasil” é devida
a Edgar Sussekind de Mendonça e Flávio Pope de Figueredo, tendo sido publicada
em 1940, refundida e anotada por Olivério Pinto, pela Companhia Editora
Nacional em sua famosa Coleção Brasiliana.
3. FREITAS, M. M. – “Estradas e Cardos”, Editora Biblioteca Militar, Rio
de Janeiro, 1947.
O livro deste escritor mineiro oferece em seu capítulo VII da segunda
parte (As retiradas – A seca e suas causas – Doenças sertanejas – Considerações
históricas) importantes informações sobre a seca de 1987 na região, quando a
praça pública da Imperial Vila da Victoria “transformou-se em lar coletivo de
milhares de seres humanos, de velhos e alquebrados pelos anos e esqueléticos
pelos rigores da canícola, de mulheres desgrenhadas e imundas, piolhentas e
enfermas e de crianças morimbundas e no derradeiro sopro de vida”.
4. VIANA, FRANCISCO VICENTE, e FERREIRA, JOSÉ CARLOS – Memória Sobre o
Estado da Bahia”, sem indicação de editora, Salvador, 1893.
Este livro dedica suas páginas 438 e 448 a Conquista. Traz um resumo da
história local, dá a situação geográfica de Conquista, descreve a cidade, fala
de sua economia destacando, entre outras coisas, que “os habitantes do
município são em geral lavradores e criadores. Cultivam a canna, o café, a
mandioca, o algodão, o milho, o fumo, o arroz, etc. criam muito gado vacum,
cavallar e muar em importantíssimas fazendas. Fabricam o assucar e a aguardente
em um grande número de engenhocas, a farinha de mandioca, o polvilho e a cal”.
Encontra-se exemplar desta obra na Biblioteca Central do Estado, seção
de Documentação Baiana.
5. SAINT – ADOLPHE, J. C. MILLIET – Dicionário Geográfico, Histórico e
Descriptivo do Imperio do Brasil.
Deste livro, muito raro, existe tradução portuguesa de C. Moura, datada
de 1860. A obra fornece subsídios sobre a conquista portuguesa na região.
6. OUTRAS FONTES
FERREIRA, MANOEL JESUINO – “Apontamentos da Província da Bahia”, edição
oficial, Salvador, 1875 (traz um quadro com a população do município de 1875).
Existe exemplar desta obra na seção de Documentação Bahiana da Biblioteca
Central do Estado. FREIRE, FELISBELO – “História Territorial do Brasil” editora
do Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 1906. Livro raro que traz indicações seguras
sobre a Conquista de diversas regiões, entre as quais a de Conquista. BORGES DE
BARROS. FRANCISCO – “Uma falsa Questão de Limites”, edição da Prefeitura
Municipal de Poções, sem data de publicação (provavelmente de 1934);
BANDEIRANTES E SERTANISTAS BAIANOS, Bahia, 1919) NOVOS DOCUMENTOS PARA HISTÓRIA
DA BAHIA, e outros livros do grande pesquisador baiano, que, assim trazem
informações que interessam à nossa história municipal.
Este pequeno rol de fontes bibligráficas pode ser um roteiro inicial,
apesar de muito incompleto, para a introdução ao estudo da história
conquistense que é carente de um historiador que possa redigir trabalho tão
necessário versando sobre a conquista da região até os dias atuais
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