Resistir é preciso
Ruy Medeiros
Direitos duramente conquistados são subtraídos a
cada momento. Os enunciados normativos são interpretados de forma cada vez mais
conservadora e, muitas vezes, de maneira a contrariar a Constituição. O Estado
não cumpre com sua obrigação de implementar direitos sociais. Homens e Mulheres
vivem diante de cotidiano desumanizante. A coisificação das relações sociais
atinge dimensões nunca antes vista. As gestões econômicas privilegiam a minoria
dona do mundo. Guerras, fomes, afrontas à dignidade da pessoa humana, fins de
sonhos, imposições de modo de ser, genocídios e destruição de culturas. É o
mundo do senhor deus do mercado.
Mas isso tudo não significa que mulheres e homens
devam depor suas consciências e forças em gesto covarde de desânimo e renúncia.
Esforços premiados representam muito, sobretudo em nações miseráveis como a
nossa. Mas eles não são tudo. Há u’a missão igualitária, humanista e
esclarecedora à nossa frente, gritando às nossas consciências que devemos resistir.
Se, desde sempre, a tarefa de mulheres e de homens foi aquela de transformar,
hoje essa se impõe ainda mais. Não nascemos para escravizar nossas forças e
nossas consciências. Nascemos para a liberdade. Por isso resistir é preciso.
Vitória da Conquista, quase 2005.
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