quarta-feira, 30 de maio de 2012


                                               Um ano de  “Coluna”


                                                        Ruy Medeiros. (Digitado 05/1999)

Da mesma forma que o  “ Jornal da Semana”,  esta coluna completa um ano.
Chego ao primeiro ano completo de  “coluna” (não é trocadilho) sem saber avaliar bem como meus escritos chegam aos leitores. Fico na situação do economista, que não sabe dar o balanço de sua arte.
Não possuo meios de saber da aceitação e das críticas dos poucos leitores.
Uma ou outra pessoa verbalmente transmite sua impressão diretamente a mim. Com os poucos dados de que disponho, posso alinhavar algumas linhas, e o faço.
Quando a matéria é política, parece despertar maior interesse. Os artigos  “O Cerco da Câmara”,  “Coisas Geniais” e  “ Político” mereceram  maior referência.  “Coisas Geniais” chegou a ser xerocopiado  (xerocado) por terceiros. Não havia nada de  “pessoal” no artigo. É apenas uma visão irônica de determinados discursos políticos.
Mas há artigos que me renderam gratidão:  “Vinte anos sem Edivanda”,  e  “Alberto Farias, um Registro”.  É que familiares de Edivanda, sensibilizados, agradeceram-me a lembrança emotiva e justa (um dos irmãos atribuiu ao artigo importância para que o município desse o nome da educadora Edivanda Teixeira a uma de suas escolas). Homenagem merecida. Muito merecida que Vitória da Conquista fez àquela grande educadora. Um dos filhos de Alberto Farias, médico como fora o pai, telefonou-me emocionado para agradecer-me o artigo sobre aquele político oposicionista que foi o vereador mais votado da história conquistense. Não cometi a proeza, portanto, de ofender familiares dos homenageados com meus escritos simples.
Outro artigo que me gratificou foi  “Uma Praça”.  Fui parado na Travessa Lima Guerra por pessoas, junto à Casa Cipreste, que haviam lido o artigo e rememoraram o ringue de patinação (saudosismo da velha Rua Grande). Um outro cidadão disse tê-lo lido (é raro, por isso importante) e que gostou do texto. A espontaneidade tocou-me.
A  “Crise que engolfa o Mundo” foi comentada por outro raro leitor. Este angustiado por não saber o que colocar em lugar do capitalismo.
Um estudante pediu cópia do artigo sobre Nelson W. Sodré. Já o Prefeito gostou do  “Correspondência  Poética”  ( É que ele mesmo é poeta e compositot e ama Manuel Bandeira).
Um colega disse que o texto sobre o golpe militar em Vitória da Conquista ( “Um desesperado Maio”),  foi o melhor dentre aqueles que publiquei no Jornal da Semana. Um outro (também raro) leitor considerou-o ( o artigo, não o leitor antecedente) “sério e irônico”.
Não sei quantos lêem os artigos. Mas seguramente alguns fazem sua leitura. Aí ocorrem cobranças:  “Escreva sobre o nome das ruas antigas”  ( saudades do Magassapo, do Joazeiro, da Muranga, do beco do Gemedor, do beco da Tesoura),  “fale sobre os doidos antigos” ( a alegria de provocar Vitório Cocão, Medonho, Chaguinha,  Cafezinho...).
No entanto, acho que dediquei muito espaço às eleições da UESB. O tema merecia um artigo, mas dois...sei lá. No segundo desses, faltou um P.S., dizendo que o  “óleo de peroba” não era para Nonô.
Houve resenhas de alguns livros, houve artigos de quase-história. Enfim, a coluna foi utilizada de várias formas.
Decepcionou-me não ter ouvido qualquer comentário ao artigo  “Por uma História do Sertão”.  Talvez ninguém queira saber de sertão, ou possivelmente o artigo não tenha tido densidade suficiente. Mas é possível que qualquer raro leitor não tenha tido oportunidade de falar comigo sobre o texto sertanejo referido. Isto é vaga esperança. Entretanto, trata-se de escrito cuja temática é de grande  interesse.
Realmente, o  “retorno”,  tal como chega a mim, é insuficiente para avaliar.
O jornal chega a um ano de vida graças à tenacidade de Flávio Scaldaferri. Esta é a sua segunda experiência em Vitória da Conquista. Seu nome esteve ligado, na década de 70, ao semanário  “Fifó”,  de saudosa memória. Em Itapetinga, Flávio mantém o  “Dimensão” há muitos anos.  “Dimensão está para Itapetinga, assim como  “O Combate” esteve para Vitória da Conquista: Jornal que espelha o município, de conteúdo necessariamente político e influente.
O Jornal da Semana já ocupa um espaço em Vitória da Conquista. Já é lido por bom número de pessoas. Às vezes está com diagramação leve, às vezes pesada. As entrevistas têm sido longas. Aos poucos, o jornal vem retratando Vitória da Conquista. Falta-lhe uma guinada para a esquerda!
Aproveito deste espaço para parabenizar a Flávio pela sua pertinácia e pela coragem de investir em jornalismo em Vitória da Conquista. A Júlio Oliveira e aos demais funcionários do  “Jornal da Semana” peço que relevem o atraso com que às vezes a a colaboração escrita por mim é entregue.
Fica aí esta pequena avaliação de um ano de textos escritos para o jornal. Acho que valeu a pena ocupar durante esse tempo o espaço.

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