Da Série O Professor Hemetério e seu detestável aluno- Quarta Conversa
“Os olhos pequeno demais para verem uma coisa tão grande”, é o título do capítulo dez do romance “A máquina de fazer espanhóis”, de Valter Hugo Mãe, cuja a leitura o professor Hemetério fazia. Diante do título perguntou-se: grande como uma cidade e seu povo? A leitura lhe deliciava. Meditou sobre o Titulo do capitulo e virou os olhos para a página seguinte, de número 111. A leitura era envolvente, com a beleza de uma obra prima. Por isso, respirou fundo, para tomar paciência, quando ouviu o ruído do giro da taramela da porta do gradil e divisou a figura de Chiquinho.
Você interrompe minha leitura, Chiquinho, disse calmo, só na aparência, Hemetério.
– Desculpa, desculpa, professor. É que amanhã é aniversário de minha mina e eu quero lhe-dar um presente. Um amigo me sugeriu dar uma de intelectual e oferecer pra ela “Cinquenta Tons de Cinza”.
Ora Chiquinho – nada contra literatura erótica – mas oferecer essa subliteratura para uma jovem não demonstra polidez, nem dará para você aparência de intelectual. Ao contrário disso, sua namorada pode até pensar que você lhe menospreza o bom gosto e entender o tipo de presente como falta de polidez de sua parte.
– Mas, professor, polidez? As pessoas são obrigadas a agir com polidez? O Presidente da República é obrigado?
Não, Chiquinho, não são obrigadas, mas devem agir com polidez. Mesmo o Presidente. A polidez é conquista civilizatória. Contribui para o respeito entre as pessoas. Você pode até dizer que prefere um democrata impolido à polidez de um fascista. Mas isso não anula o que eu disse. As mais das vezes é a falta de polidez e o fascismo que se encontram de mãos dadas.
– Certo, professor, brigado. Está no horário do ônibus. Já vem.
Você interrompe minha leitura, Chiquinho, disse calmo, só na aparência, Hemetério.
– Desculpa, desculpa, professor. É que amanhã é aniversário de minha mina e eu quero lhe-dar um presente. Um amigo me sugeriu dar uma de intelectual e oferecer pra ela “Cinquenta Tons de Cinza”.
Ora Chiquinho – nada contra literatura erótica – mas oferecer essa subliteratura para uma jovem não demonstra polidez, nem dará para você aparência de intelectual. Ao contrário disso, sua namorada pode até pensar que você lhe menospreza o bom gosto e entender o tipo de presente como falta de polidez de sua parte.
– Mas, professor, polidez? As pessoas são obrigadas a agir com polidez? O Presidente da República é obrigado?
Não, Chiquinho, não são obrigadas, mas devem agir com polidez. Mesmo o Presidente. A polidez é conquista civilizatória. Contribui para o respeito entre as pessoas. Você pode até dizer que prefere um democrata impolido à polidez de um fascista. Mas isso não anula o que eu disse. As mais das vezes é a falta de polidez e o fascismo que se encontram de mãos dadas.
– Certo, professor, brigado. Está no horário do ônibus. Já vem.
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