Ruy
Medeiros
Apresso-me
na tradução: é difícil não escrever sátiras.
Horácio,
poeta latino clássico, respondeu a um amigo, em versos, que lhe era
difícil não escrever sátiras. A realidade circundante exigia
versos satíricos.
Vivemos
em situação com desafio semelhante àquele com o qual Horácio se
defrontou: há coisas que já não desafiam respostas comuns e
comportam sátiras.
O
governo atual e seus apoiadores são campo fértil, em razão de seus
dasatinos intelectuais (?), para sátiras. Poeta satíricos, fiquem a
postos.
O
ex-Ministro da Educação disse do alto de sua sapiência que não
houve ditadura no Brasil (a dita, implantada em 1964). Teria havido
singelamente uma “democracia forte”.
Não
sei se o conceito servirá para enobrecer a surrada Ciência
Política. Mas cassar mandatos eletivos, suspender direitos
políticos, aposentar compulsoriamente, prender ilegalmente, torturar
e matar adversários políticos, tudo isso receber o nome de
“democracia forte” é bruta violação da inteligência.
Já
o ministro de relações exteriores (coloquem em letras minúsculas)
demonstrou ser um expert em não saber o que foi o nazismo: afirma
que se tratou de um governo socialista. Um Diplomata alemão não se
conteve e respondeu que essa afirmação ministerial era uma asneira.
Isso não impediu que o culto capitão reformado repetisse a aula de
seu ministro, em Israel.
Flávio,
filho do Capitão, deputado, diante da evidência de que parte da
remuneração de seus assessores Parlamentares ia para a conta de seu
assessor-chefe, deixou claro que delegou a esse o gerenciamento dos
ganhos de seus assessores. Como?
Mesmo
no que se refere aos parentes dos milicianos que atuavam em seu
gabinete?
Mas,
o que dizer do atual ministro da educação para o qual o Nordeste do
Brasil só necessita de Cursos de Agronomia no que respeita ao ensino
superior? Certamente que os nordestinos e todo o Brasil precisam
também de outros cursos, apesar de ficarem muito gratos se vierem
estabelecimentos tão importantes como as Escolas de Agronomia, que
contribuíram muito para transformar o País em grande produtor e
exportador de alimentos. Não deprecie, doutor!
Devem
estar lembrados que Maristela Basso, professora do Curso de Direito
da USP (pobre USP!), pelo microfone da Jovem Pan lecionou que
Bolivar, O Libertador, sofreu influências de Marx e Lenin, cujas
obras eram muito lidas em seu tempo. Bem, milagre dos milagres. Não
se sabe como isso acorreu.
Em
verdade, Simón José Antonio de la Santíssima Trinidad viveu de
1783 a 1830. Karl Marx ainda era menininho quando Bolivar nasceu,
pois o filósofo alemão veio ao mundo em 1818 e quando Bolivar
morreu mal garatujava com letras góticas. E Lenin? Vladimir Ilitch
ULianov, Lenin, nasceu em 1870, quatro décadas após a morte de
Bolivar. Esses comunistas fazem milagre: um doutrina o mundo quando
ainda era criança, outro já agitava toda a América quando ainda
não era nascido. Perigosíssimos!
O
deputado Kim Kataguiri, dentre outros ensinamentos, tornou evidente
que Karl Marx revisou suas ideias
no período da Primeira Grande Guerra (1914-1919), quando o famoso
filósofo já contava mais de 30 anos de falecido. Cara perigoso,
retornou ao mundo depois de falecido, e revisou suas obras!
Pega
leve, gente!
É
nisso que dá quando se estuda em escola sem partido.
Dificcile
est satyram non scribere.
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