Ruy
Medeiros
A
quem interessa a existência da UESB? Eu não faria esta pergunta nem
a proporia ao leitor há décadas atrás. Eu e várias outras pessoas
estávamos presentes e participando da luta pela criação de cursos
superiores em Vitória da Conquista, para isso, por convocação de
Jadiel Matos, Prefeito Municipal, foi criada a Fundação Educacional
de Vitória da Conquista e iniciaram-se gestões para criação do
primeiro curso superior que essa manteria.
O
caminho, no entanto, foi outro. Escola de Formação de Professores
aqui existente diversificou-se, diante de reinvindicações
afirmativas da sociedade local e, por fim, com essa base foi criada a
Fundação Universidade do Sudoeste da Bahia, hoje Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, multicampi, e ampliada com a luta de
professores, estudantes e personalidades regionais. Hoje são muitos
cursos, milhar de professores e incontáveis estudantes. Tantos, que
já não posso contar, são seus egressos atuantes em diversos
setores: professores, diretores de empresas, administradores,
assessores sindicais, advogados, juízes, promotores de justiça,
cientistas, pesquisadores. Há um filho profissional da UESB em
muitos lugares.
No
entanto, diante de descaso e desrespeito a necessidades e futuro, eu
tenho que perguntar aquilo para que há décadas tinha-se a resposta.
Que
esquecimento das coisas! Agora parece até, diante do descompromisso
do obscuro tempo que atravessamos, que a UESB tornou-se
desinteressante. Agora vige a suspeita contra a inteligência e a
cultura. É preciso reagir, como professores e estudantes, em luta,
com pagamento de salários suspensos, estão fazendo.
Mas
será que a UESB apenas interessa a seus atuais estudantes,
professores e servidores? Não serve ao Município, a região, ao
Estado e ao País?
Já
tarda a reação da sociedade local/regional, para falar o mínimo,
pois há alunos e egressos da UESB oriundos de outros estados. Mas
ela está mais próxima de nós e nossa região precisa dizer se é o
caso de sepultar-se a educação pública de nível superior ou de
apostar no crescimento da UESB em seus três campi (Vitória da
Conquista, Itapetinga e Jequié).
A
omissão e o desleixo que representações políticas e de segmentos
sociais dedicam à UESB, no momento difícil que essa atravessa,
significa comprometer o futuro de muitos e de uma grande região.
No
mínimo, audiências públicas e simpósios são necessários em
defesa da UESB. A omissão já é uma culpa grave.
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